Uma mesa de RPG que se torna uma animação.
Critical Role com Vox Machina?
Não!
The Record of Lodoss War!
A mesa de Ryu Mizuno, que escrevia para um periódico de RPG de uma revista de jogos japonesa, para comemorar o aniversário do lançamento de Dungeons and Dragons no Japão, começou a narrar suas aventuras com seus amigos nas páginas da publicação.
Sendo um tremendo sucesso, a campanha com o guerreiro Parn, a elfa e o anão Deedlit e Ghim (nessas edições, raças eram classes!), o clérigo Etoh, o mago Slayn e o ladinho Wood Chuck, recebe o próprio sistema, o Sword World, um OVA (Original Video Animation) baseado na série de livros Crônicas das Guerras de Lodoss, escrito por Muzino e Hitoshi Yasuda, e ilustrado por Yutaka Yzubuchi, e diversos jogos eletrônicos.
O primeiro volume da light novel, A Bruxa Cinzenta, lançado no Brasil pela editora New Pop, narra a origem do grupo, e a aventura deles para derrotar a bruxa Karlla, que de alguma maneira, vem manipulando o destino de Lodoss, a “Ilha Amaldiçoada” (que recebe este nome devido a antigos conflitos que ali ocorreram entre os deuses deste mundo), desde os tempos antigos.
A narrativa é simples, porém ela cativa pela história e personagens que são bem apresentados e desenvolvidos. O livro não se apressa em apresentá-los, e o faz aos poucos. Todavia, por bem ou por mal (e é por bem!), todos os clichês de uma partida de RPG estão aqui. Desde o herói querendo seguir os passos do pai, o ladino “safadão”, os “bosses”, as rivalidades entre anões e elfos, as quests que levam a outras quests, as intrigas políticas, etc; você basicamente se sente lendo uma partida de RPG em prosa!
Os arquétipos dos personagens, estão ali, como dito, todos como clichês. O grupo, pelo fato do livro não se importar em se prolongar a apresentar os personagens, vai se formando naturalmente (na medida do possível, pois como dito, é um RPG em prosa), como em uma mesa. As decisões são feitas de forma moderadamente simples, ainda mais quando se trata dos personagens principais (como em uma mesa), mas à medida que a história progride, o peso de suas ações pesa em seus ombros até o ápice no final, que de fato, reflete muito o que alguns tipos de jogadores fariam! (SÓ DIGO ISSO)
Para mim, o único ponto realmente negativo da obra nem foi dela em si, mas da versão brasileira, que carece de uma revisão mais caprichada. Houve uma passagem tão confusa que só fui entender o que aconteceu no parágrafo seguinte, pois não havia sentido o que estava escrito com a ordem da sequência de acontecimentos.
No geral, a obra irá agradar (e muito) aos fãs de RPG, mas pela sua estrutura que simula uma campanha de role playing game, como sessões e etc, pode parecer repetitiva ou frustrante a outros leitores.
O final em aberto remete ao de A Sociedade de Anel, e deixa abertura a futuros acontecimentos emocionantes.